O projeto do governo do Estado utiliza técnica que permite cavar o subsolo sem intervenções na superfície, preservando a rotina dos usuários da via

Por Thais Rezende (NGTM)
30/07/2023 12h06

A nova técnica é empregada abaixo da superfície, evitando transtornos ao tráfegoA nova técnica é empregada abaixo da superfície, evitando transtornos ao tráfegoFoto: DivulgaçãoMais de 80 mil veículos trafegam por dia pela Rodovia BR-316, principal via de entrada e saída de Belém. Milhares dessas pessoas não imaginam, quando passam pela pista, que no subsolo está sendo implantado um sistema de drenagem completo, nunca antes projetado nos mais de 40 anos de existência da via.

Além da drenagem convencional, uma das técnicas inovadoras utilizadas pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), responsável pela reestruturação da BR-316 nos 10.8 primeiros quilômetros, é o “método não destrutivo”, que permite cavar pelo subsolo sem necessitar abrir buracos ou interferir na rotina dos transeuntes.

Uma das etapas mais importantes da obra que está sendo executada na BR-316 é o sistema de drenagem.

De acordo com o NGTM, após executada a drenagem os problemas com alagamentos, causados pelo acúmulo de água das chuvas, serão eliminados. Hoje, as águas não têm para onde escoar, devido à insuficiência do sistema de drenagem obsoleto em alguns locais, em grande parte pela crescente ocupação urbana verificada nos últimos anos nos municípios da Região Metropolitana de Belém.Obras do BRT Metropolitano avançam na BR-316Obras do BRT Metropolitano avançam na BR-316Foto: Divulgação

Ao longo de todos os 10.8 km, a BR-316 receberá drenagem longitudinal, que vai coletar nas pistas e despejar as águas pluviais em seus pontos de lançamento. “As drenagens convencionais são executadas através de escavações a céu aberto, posicionando a tubulação nas profundidades e declividades adequadas para o devido escoamento das águas, obedecendo rigorosamente ao projeto. Em seguida, é feito o reaterro das escavações, utilizando camadas de arenoso/areia compactada, e finalizando com a terraplanagem e pavimentação asfáltica das pistas”, explica o engenheiro Ruy Mendonça, diretor Executivo do NGTM.

Desvios - Por esse motivo, são necessários os desvios de trânsito para os veículos em geral, nos quais são utilizadas as pistas de concreto, recentemente construídas para o futuro BRT Metropolitano, liberando as pistas antigas de asfalto para a execução das drenagens. As equipes da obra precisam cavar as pistas de asfalto para este serviço específico.

“Para um melhor entendimento, as redes de drenagem existem para conduzir as águas pluviais que incidem sobre as vias da cidade. As coletas das águas são feitas através de bocas de lobo (BL), posicionadas junto ao meio-fio e sarjetas nas laterais das pistas, que por sua vez as enviam para os poços de visitas (PV), através de tubulações de menor porte denominadas espinhas. Os poços de visita são interligados pelas tubulações de drenagem de grande porte, desde o seu início até o lançamento. O lançamento das águas é feito em um corpo d’água, como um igarapé, um córrego ou um rio mais próximo, que é o seu destino final”, detalha Ruy Mendonça.

Além da drenagem longitudinal convencional, o NGTM trabalha com um método inovador, o chamado método não destrutivo, em que não há escavação. “Nesse método você não escava a céu aberto. O trânsito pode continuar por cima, que não interfere na escavação subterrânea. A escavação se dá debaixo do solo, como se fosse um túnel, com recobrimentos, em média, de 1,80 a 2,00 metros de profundidade, com toda segurança necessária. As tubulações utilizadas são em aço e com diâmetros que variam de 2,40 a 3,00 metros. Esse método será utilizado em locais em que as ruas são muito estreitas, nas quais as escavações tradicionais poderiam causar algum risco aos imóveis existentes, como também para situações em que as interrupções ou desvios de trânsito sejam impraticáveis”, informa Ruy Mendonça.

 

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